Centro de nossas ações no momento é a derrota do bolsonarismo, diz resolução da CUT
A direção executiva nacional da CUT divulgou, nesta segunda-feira (10),
uma resolução sobre decisões tomadas em reunião realização no dia 4, onde
orienta as entidades filiadas a se organizarem e ocuparem as ruas para debater
as propostas dos candidatos à presidência da República, combatendo fakes news e
deixando claro que o que está em jogo é o futuro que queremos para o Brasil.
"O centro de nossas ações e de nossa estratégia nesse momento deve ser a
derrota do bolsonarismo e seus aliados da direita", diz parte do texto, que
ressalta a necessidade de defender o programa e a estratégia apresentada pelo
ex-presidente Lula, "capaz de reunificar e reconstruir o país, defender a
democracia e ao mesmo tempo colocar os trabalhadores e trabalhadoras no centro
das prioridades por meio da recuperação dos direitos, das políticas de
desenvolvimento econômico sustentável, com distribuição de renda, inclusão e
justiça social".
"É preciso acirrar a disputa política e ideológica contra as
´narrativas´ mentirosas dos neofascistas. Não se trata apenas da maior batalha
de nossas vidas. Trata-se de uma batalha por nossas vidas e pelo futuro do povo
brasileiro!"
Confira a íntegra da Resolução da CUT
Resolução da Executiva Nacional da CUT
Reunida no dia 4 de outubro de 2022, a Executiva Nacional da CUT,
ampliada com representação das Estaduais e Ramos, analisou o momento atual e
aprovou o seguinte posicionamento e encaminhamentos:
Novamente, a Direção Executiva Nacional da CUT reafirmou a avaliação e a
resolução política da reunião realizada no dia 24/02/2022, de que o centro de
nossas ações e de nossa estratégia nesse momento deve ser a derrota do
bolsonarismo e seus aliados da direita.
Ao longo dos últimos 4 anos, a CUT sempre afirmou que Lula representa um
programa e uma estratégia que tem a capacidade de reunificar e reconstruir o
país, defender a democracia e ao mesmo tempo colocar os trabalhadores e
trabalhadoras no centro das prioridades por meio da recuperação dos direitos,
das políticas de desenvolvimento econômico sustentável, com distribuição de
renda, inclusão e justiça social.
Muito fizemos nesse período, buscando demonstrar para nossa base como
esse governo dilapidou o patrimônio público com as privatizações, como piorou a
vida da classe trabalhadora com a retirada de direitos e como destruiu a
soberania e a democracia em nosso país.
Esse esforço culminou com boa parte da classe trabalhadora ampliando a
compreensão do seu lugar e papel, elevando a consciência de classe, porém, uma
parte significativa ainda acredita nas fake news e nas
campanhas difamatórias empreendidas contra os partidos, movimento sindical e
sociais e militantes da esquerda.
O processo eleitoral constatou que o país ainda é muito conservador e
que a extrema direita se enraizou em todas as camadas sociais. É preciso
acirrar a disputa política e ideológica contra as "narrativas" mentirosas dos
neofascistas. Não podemos, em qualquer hipótese, sequer pensar em uma vitória
da extrema direita, pois os impactos sobre o mundo, sobre a América Latina e
sobre a vida da classe trabalhadora brasileira e do conjunto da sociedade pelas
próximas décadas seriam extremamente desastrosos.
Não se trata apenas da maior batalha de nossas vidas. Trata-se de uma
batalha por nossas vidas e pelo futuro do povo brasileiro!
É por isso que a CUT se posiciona nesse momento de segundo turno das
eleições, reafirmando suas posições anteriores de concentrar todas as energias
no objetivo principal que é derrotar a extrema direita e fazer
os trabalhadores e as trabalhadoras entenderem quais projetos de país
interessam à classe trabalhadora e eleger àqueles que hoje representam esses
projetos.
Nesse sentido, a CUT orienta suas entidades de base a atuar firmemente
nas ruas e nas redes para desmascarar as falácias e mentiras da extrema
direita, discutir as propostas de cada candidato e priorizar as ações de
diálogo para disputar a consciência e o coração da classe trabalhadora,
apresentando as propostas para que possamos melhorar de vida. Os próximos dias
exigirão do movimento sindical organizado uma dedicação e um nível de
mobilização e solidariedade ímpar.
É preciso construir em cada região, em cada Estado, em cada território,
um conjunto de ações, articuladas com os demais movimentos e sindicatos, que se
traduzam na mais empolgante jornada de nossas vidas. O diálogo e o trabalho de
base sistemático e cotidiano fará a diferença para levar informações que
possibilitem a quem ainda não se decidiu ou não votou a se somarem nessa
caminhada e contribuírem para a vitória das propostas que estão ao lado do povo
e da classe trabalhadora brasileira.
Para isso, é fundamental:
1. Realizar plenárias
ampliadas para construir ações comuns de mobilização e discussão;
2. Integrar os comitês
estaduais para organizar conjuntamente as ações;
3. Organizar o maior
número possível de atividades com visibilidade;
4. Intensificar a
atuação nas redes sociais;
5. Organizar caravanas
utilizando a Plataforma da CUT e a das Centrais cujos conteúdos fornecem
elementos importantes para dirimir dúvidas e questionamentos e apresentar as
propostas que queremos ver implementadas.
São Paulo, 4 de outubro de 2022.
Direção Executiva Nacional da CUT
Fonte: CUT